Minha primeira vez (na Europa)

Levei muitos anos pra sair do continente. Demorou quase todos os anos que eu tenho.

As desculpas sempre foram as mesmas: preciso de dinheiro. Preciso planejar. Meu inglês é um lixo. Deve ser muito caro.

Vida vai, vida vem, aquele desejo sempre ali, mas até aquele momento, só um sonho.

Ai veio aquele churrasco (sem carne) com os amigos, e então, quando atingimos um belo grau etílico, um destes amigos ébrios me pergunta: Por que não vamos pra oktoberbest… NA ALEMANHA?!

E assim eu fui parar em Munique. 🙂

Meu primeiro “desafio” foi passar mais de 10h num avião. Até então nunca havia passado mais de 3h, e não sabia como iria me sentir (não sou conhecido por ser a pessoa maaaais corajosa do mundo), mas esse grande voo só confirmou o que eu já suspeitava: eu gosto de voar.

E realmente voei: Porto Alegre – Curitiba – São Paulo – Madrid – Munique (pinga-pinga aéreo)

Foi uma viagem bem tranquila, ficamos num lugar que eu julgo ser o melhor, no fundo, onde tinham somente duas poltronas, então se quem estivesse na janela quisesse levantar, ia incomodar o brother, não um desconhecido internacional (e é bem chato tu pedir pra uma japonesa de aparentes 142 anos pra ela levantar pra tu poder ir no banheiro como já me aconteceu). Além disso, não tinha poltronas atrás, então dava pra deitar toda ela sem se preocupar em incomodar ninguém (sim, eu me preocupo bastante com as outras pessoas e em ser chato).

No geral foi um voo bem tranquilo, cheio de comida e bebida (tínhamos que ir treinando pra oktober, né?), e depois de 12h, chegamos ao primeiro aeroporto internacional: Barajas – Madrid.
Tínhamos 3h até a conexão, mas como era de madrugada, não teria muita coisa pra ver, pensamos que teríamos que ficar sentados esperando, sem ter o que fazer. Ledo engano.

Se formou uma fila digna de Brasil, com todos os voos que tinham chegado, uma bagunça. Se não tivessemos essas 3h, provavelmente perderíamos o voo. Eu fui alertado de que os fiscais espanhóis eram mal-humorados, de má-vontade, mas quando dissemos ao que nos atendeu que estávamos indo pra oktoberfest, ele deu um sorriso maroto, do tipo “é isso aí cara!”, achei divertida essa reação 🙂

Então finalmente pegamos o último avião, com destino à felicidade Alemanha. Avião deveras minúsculo, e, como sou alto, sofri com o espaço pras pernas, tendo, inclusive, que gritar em certo momento para evitar que elas fossem quebradas quando o cidadão da frente reclinou a sua poltrona. Mas, como não tenho dificuldade nenhuma pra dormir, apaguei e acordei em Munique, nem notei o esmagamento que minhas pernas sofreram durante a viagem 🙂

E aí pisei em terras bávaras pela primeira vez na vida, e descobri a minha cidade preferida no mundo. Munique é linda. Tão linda que merece um post só pra ela, portanto, farei uma breve descrição, e na próxima postagem me aprofundo mais.

Munique é uma cidade grande, mas com cara de cidade pequena. Tudo é limpo, tudo funciona, e depois que tu te acostuma com alemães conversando (percebe que não tão te xingando), nota que todos são educados e solicitos, principalmente dentro da Oktoberfest, aonde todos estão bêbados e se tornam teus melhores amigos.

Em Munique, ou München para os mais íntimos, fui pra todos lugares que eu queria com uma facilidade incrível (descobri que amo trens), vi coisas lindas (entre construções e humanas), bebi consideravelmente, aprendi que não se põe curry no pão com presunto (que tem um nome gigante que começa com “lemmer”) e que é possível fazer comida de micro-ondas em banho maria (nunca subestime um gordo).

No próximo post falo mais sobre o lugares, a vida, as tretas e o porquê de Munique ser a melhor cidade do mundo. 🙂

Servus!

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