Minha Paris!

Tá, voltei! 😀

Agora começa a parte da Eurotrip que fiz junto com mais três brothers aventureiros, desbravando o velho continente, subindo montanha, procurando comida, dormindo no trem e, principalmente, uma viagem em que não houve cerveja não bebida.

Primeira parada: Paris.

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Aaah, Paris!

Cidade de extremos, ou se ama, ou se odeia, e, felizmente, sou desses que ama, afinal sou de humanas, um deboísta.

Nem sei por onde começar. Tá, sei sim: Torre Eiffel. Eu nunca pensei que uma torre ia mexer tanto comigo. Nunca fui um entusiasta de arquitetura, ou muito interessado por pontos turísticos clássicos. Eu gosto é de pegar um mapa e sair andando pela cidade, vendo mais do que a cidade, mas as pessoas, a vida, o movimento, o que de fato é a verdadeira cidade. Aí eu vi essa torre.

É um absurdo. Ela te prende, te atrai, tu se perde olhando pra ela. Admito não saber quanto tempo fiquei parado olhando praquilo – calculando quantos gasômetros dava – nem quantas fotos tirei dela, em todas as oportunidades possíveis. Bom, ela nos atraiu tanto que, no último dia, fomos pra lá só pra deitar na grama e ficar olhando pra ela, antes de ir pegar o avião.

Tá, voltando à Paris.

Eu não sou a pessoa mais bem localizada no mundo, mas aquele aeroporto, o tal de Charles de Gaulle, estava de sacanagem.

Como nós somos pessoas organizadas, cada um de nós chegou num voo e num horário diferente – alguns até em aeroporto diferente – aí precisávamos nos encontrar em algum lugar.

Eis que num rompante de brilhantismo, tive a ideia “hei, vamos nos encontrar no McDonalds do aeroporto!”. Ideia linda, não fosse esse aeroporto ter sido projetado pelo cara que criou o labirinto do Minotauro. Juro que andei no mínimo por umas 3h, vagando pra lá e pra cá, procurando um McDonald, e em nenhum momento entendi onde eu estava e pra onde estava indo.

Bom, eis que em dado momento das minhas andanças, cruzo por um dos brothers, Mr. Willians, justamente aquele que desceu no aeroporto do outro lado da cidade  ¯\_(ツ)_/¯

Finalmente achamos um McDonald, compramos umas cervejas (1664, uma bela cerveja) e esperamos. Algumas horas depois do que achamos que seria, Mr. Zambon e Mr. Lotz completam o time.

Aí é mochila nas costas e partiu desbravar estas novas terras! Até nem demorou tanto para chegarmos no apartamento que tínhamos alugado, num prediozinho perto da estação de Jaurès, que talvez não fosse tão bem localizado, mas tinham dois bares nas esquinas, um Subway, um McDonalds e um Carrefour, portanto, perfeito!

Como já era de noite, fizemos aquilo que fazemos de melhor: fomos pro bar descobrir o que se bebe por essas bandas. E bebemos. Um pint de cada uma das torneiras que o bar oferecia, com o repeteco daquela que julgamos a melhor. E é até aí que a minha memória vai, deixando a impressão de que foi um belo começo 😀

E aí começamos a descobrir Paris.

Cara, e como andamos. Resolvemos ir até o Sena e ir andando seguindo a margem do rio, e assim cruzamos a cidade e foi demais, vimos pessoas, as lojinhas, as ruas, vielas, barzinhos (e como vimos) e a vida parisiense.

Minha rápida impressão sobre os lugares:

Notre-Dame: Baita catedral, gigante, uma loucura pensar em quanto tempo aquilo já existe e como foi feito todo aquele trabalho numa época sem máquinas como as de hoje. Pra quem gosta de visitar igrejas e semelhantes, vai gostar muito. Confesso que não é meu tipo, o que eu queria mesmo é ver as gárgulas, iguais as que aparecem no desenho, gigantes e com caras de mau. Vi, mas fiquei meio decepcionado com o tamanho, esperava monstros enormes e encontrei uns bichinhos que pareciam precisar tomar mais toddynho. Mas, claro, valeu a pena a visita.

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Arco do Triunfo: O pai do nosso simpático arco da redenção. E ele chama mais atenção ainda acho que pelo fato de estar no meio da rua, com carros girando ao redor dele incessantemente (não tentem atravessar a rua pra chegar nele, peguem o túnel lol). Outra coisa que chama a atenção é o caminho até lá: Champs Elysées avenue, a terceira avenida mais cara do mundo. E, realmente, ela fede a dinheiro. Dinheiro e a gente bem vestida. Várias lojas de grifes famosas, com filas gigantescas (?), esquinas onde se podia alugar um carrinho pra dar uma volta (Ferrari, Lamborguini, McLaren…) por um módico caminhão de dinheiro. Acho que esse foi o lugar em que me senti mais deslocado em toda a trip (o que não significa que não gostei :))

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Louvre: Não foi dessa vez que entrei no museu mais famoso (eu acho) do mundo. Fila quilométrica, dinheiros e tempo escasso fizeram com que a gente apenas desse uma banda ali pela frente, tirasse a foto cutucando o a ponta da pirâmide de vidro – aliás, achei bem engraçado o fato de se ter uns caixotes especialmente feito pra ajudar a tirar essa foto clássica – e essa foi a nossa experiência com o Louvre. Mas isso é bom, já temos o que fazer quando voltarmos lá 😀

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Rio Sena: Caras, vocês não sabem a paz de espirito que dá apenas de ficar andando olhando pras águas verdes desse rio. É incrível. Aliás, a noite ali também é bem viva, com festas nos barcos, jovens sentados pelas margens bebendo e se divertindo, os barzinhos com seus narguilés (nice) e o rio correndo, demais mesmo.

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Museu des Invalides: O Museu das Armas. Eu não sou um grande fã de museu, prefiro sempre passar o meu tempo ao ar livre, mas fui acompanhar meus nobres companheiros, entusiastas históricos que são, e me surpreendi. Armaduras antigas, daquelas de filme mesmo, armas de todos os tipos e épocas, espadas, lanças, armadura pra cavalo, pra humano, pra criancinhas, uma loucura. E ali na frente tem a igreja onde fica o sarcófago gigante com os restos mortais de um tal de Napoleão Bonaparte, cercado pelo túmulo de vários generais, bem imponente o negócio.

 

Jardins de Versailles: Não lembro quanto tempo levamos de Paris até Versailles, mas acho que foi algo tipo uns 40 minutos, um pouco mais talvez, onde pegamos um trem e um ônibus. É bem fácil de achar, é só seguir a massa que tu vai parar lá. E aqui nós temos o pai do Redenção. Tá, é bem diferente, tem um palácio, é muito maior que a redenção, mas juro que vi o espelho d’água e outros toques que se sente na redenção. O lugar é enorme e lindo, vários jardins, esculturas, chafarizes, águas, patos, pedalinhos ( que nem na Red…), enfim, passamos uma tarde bem agradável lá, extremamente indicado!

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Moulin Rouge: Acho que aqui a minha decepção foi maior do que com as gárgulas de Notre-Dame. Eu esperava uma baita construção, imponente na noite de Paris, mas o cabaré mais famoso do mundo fica espremido entre construções enormes – bares e outras casas de espetáculo – brilhando com seu moinho de vento. Mas é bonito de se ver, apesar dos pesares. Mas a fila absurda, preços absurdos e a chuva fizeram com que optássemos por um local com menos glamour e mais cerveja :D. Mas gostei de ver, foi um dos pontos que eu mais queria ver, talvez por causa do filme, não sei, mas era. E vi.

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Sobre Paris em geral: Certamente consta no meu Top 3 de lugares. É uma cidade grande com problemas de cidade grande, transito louco, gente buzinando e gritando, mas é um lugar lindo. Até porque, se for pra se estressar com o trânsito, melhor fazer isso em lá do que aqui 😛 E sim, eles fedem. Não sei se todos, não saí cheirando franceses, mas teve um episódio em que estávamos num vagão lotado e eu achei que não ia dar pra mim. Respirei o mínimo possível, comemorei cada lufada de vento que entrava quando a porta abria e me impressionei em ver que eles não ligam/notam o fato de federem loucamente. Tinha uma moça daqui do sul também – acho que Venezuela- que não disfarçava, reclamou e enrolou o cachecol no rosto, numa última tentativa de sobrevivência.

 

Preciso também fazer uma menção honrosa ao restaurante francês onde fizemos praticamente todas as nossas refeições e nos abastecíamos cervejísticamente, um belo estabelecimento chamado Carrefour 😀 (Maurício, pode pegar essa piada pra ti!)

 

Depois de toda a banda pela Europa voltamos pra Paris, da onde o pessoal voltou pro Brasil e eu parti solo pra Amsterdam, e nessa nossa volta rápida também devo comentar que fiquei no pior hostel da minha vida. Bem aqueles de filme de terror, onde o letreiro tem umas letras queimadas e geralmente matam um pessoal, só quem podia abrir a porta do quarto era o dono do hostel, um cidadão parisiense nada simpático. O quarto era outra maravilha: dois triliches, uma lâmpada amarela que iluminava 40%, um banheiro em que a porta não fechava e tinha suco de gente. Uma bosta 😀 Tínhamos direito ao café da manhã, um troço terrível e incomível, mas tirando isso, foi tudo perfeito.

 

Acho que sobre Paris é isso, se lembrar de mais (o que provavelmente vai acontecer), posto mais!

 

Próxima parada: Alemanha!

 

Minha primeira vez (na Europa)

Levei muitos anos pra sair do continente. Demorou quase todos os anos que eu tenho.

As desculpas sempre foram as mesmas: preciso de dinheiro. Preciso planejar. Meu inglês é um lixo. Deve ser muito caro.

Vida vai, vida vem, aquele desejo sempre ali, mas até aquele momento, só um sonho.

Ai veio aquele churrasco (sem carne) com os amigos, e então, quando atingimos um belo grau etílico, um destes amigos ébrios me pergunta: Por que não vamos pra oktoberbest… NA ALEMANHA?!

E assim eu fui parar em Munique. 🙂

Meu primeiro “desafio” foi passar mais de 10h num avião. Até então nunca havia passado mais de 3h, e não sabia como iria me sentir (não sou conhecido por ser a pessoa maaaais corajosa do mundo), mas esse grande voo só confirmou o que eu já suspeitava: eu gosto de voar.

E realmente voei: Porto Alegre – Curitiba – São Paulo – Madrid – Munique (pinga-pinga aéreo)

Foi uma viagem bem tranquila, ficamos num lugar que eu julgo ser o melhor, no fundo, onde tinham somente duas poltronas, então se quem estivesse na janela quisesse levantar, ia incomodar o brother, não um desconhecido internacional (e é bem chato tu pedir pra uma japonesa de aparentes 142 anos pra ela levantar pra tu poder ir no banheiro como já me aconteceu). Além disso, não tinha poltronas atrás, então dava pra deitar toda ela sem se preocupar em incomodar ninguém (sim, eu me preocupo bastante com as outras pessoas e em ser chato).

No geral foi um voo bem tranquilo, cheio de comida e bebida (tínhamos que ir treinando pra oktober, né?), e depois de 12h, chegamos ao primeiro aeroporto internacional: Barajas – Madrid.
Tínhamos 3h até a conexão, mas como era de madrugada, não teria muita coisa pra ver, pensamos que teríamos que ficar sentados esperando, sem ter o que fazer. Ledo engano.

Se formou uma fila digna de Brasil, com todos os voos que tinham chegado, uma bagunça. Se não tivessemos essas 3h, provavelmente perderíamos o voo. Eu fui alertado de que os fiscais espanhóis eram mal-humorados, de má-vontade, mas quando dissemos ao que nos atendeu que estávamos indo pra oktoberfest, ele deu um sorriso maroto, do tipo “é isso aí cara!”, achei divertida essa reação 🙂

Então finalmente pegamos o último avião, com destino à felicidade Alemanha. Avião deveras minúsculo, e, como sou alto, sofri com o espaço pras pernas, tendo, inclusive, que gritar em certo momento para evitar que elas fossem quebradas quando o cidadão da frente reclinou a sua poltrona. Mas, como não tenho dificuldade nenhuma pra dormir, apaguei e acordei em Munique, nem notei o esmagamento que minhas pernas sofreram durante a viagem 🙂

E aí pisei em terras bávaras pela primeira vez na vida, e descobri a minha cidade preferida no mundo. Munique é linda. Tão linda que merece um post só pra ela, portanto, farei uma breve descrição, e na próxima postagem me aprofundo mais.

Munique é uma cidade grande, mas com cara de cidade pequena. Tudo é limpo, tudo funciona, e depois que tu te acostuma com alemães conversando (percebe que não tão te xingando), nota que todos são educados e solicitos, principalmente dentro da Oktoberfest, aonde todos estão bêbados e se tornam teus melhores amigos.

Em Munique, ou München para os mais íntimos, fui pra todos lugares que eu queria com uma facilidade incrível (descobri que amo trens), vi coisas lindas (entre construções e humanas), bebi consideravelmente, aprendi que não se põe curry no pão com presunto (que tem um nome gigante que começa com “lemmer”) e que é possível fazer comida de micro-ondas em banho maria (nunca subestime um gordo).

No próximo post falo mais sobre o lugares, a vida, as tretas e o porquê de Munique ser a melhor cidade do mundo. 🙂

Servus!

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Viajar é preciso

Quando se tem muitos pensamentos, é bom colocar pra fora.
E com essa frase levemente baseada na dita por Alvo Percival, começo esse blog.

Primeiro tema: Viajar é preciso.

Quem disse essa frase não poderia estar mais certo.

Não existe maior certeza na vida de que uma viagem feita com a cabeça e o coração, muda uma pessoa.

Viajar é sair da tua zona de conforto. É ir além. Quer saber quem tu é? Sai. Viaja. Vai ver o mundo. Vai ver como são as outras pessoas. Eu li por aí que um mês de estrada vale mais que 10 anos de introspecção. Pura verdade.

O grande problema, aquilo que impede a maioria das pessoas, é o medo e o planejamento. Mas e se eu não conseguir me comunicar? Eu não conheço nada de lá, como eu vou me virar? E se acontecer alguma coisa? Qual o melhor percurso? Nos próximos dois anos farei um roteiro detalhado e…! Cara! Define pra onde tu quer ir, junta uma grana, compra uma passagem, parcela em milhões de vezes e vai! Quem planeja muito não viaja!

Óbvio que um planejamento é necessário, até pela questão financeira, pesquisar os lugares, meios mais baratos de locomoção e acomodação, isso impede que a pessoa saia gastando loucamente por aí, o que – no meu caso – deve ser evitado a toda forma (já que eu não tenho essa grana pra gastar. HÁ!)

Conversando com amigos e afins, nota-se fortemente como a ideia de uma viagem muda de uma geração pra outra. Pra uma geração mais velha (oi, mãe!), viajar significa “férias do trabalho”, ou seja, primeiro a pessoa tem que se preocupar com a “vida real”, trabalhar, fazer dinheiro, trocar de carro, casar, ter filhos, uma casa, fazer um bolo, e, quando tiver um tempinho – depois daqueles doze meses de trabalho – fazer uma viagem (partiu Floripa!).

Eu não to dizendo que pensar nisso seja errado, claro que não, mas tudo tem seu tempo e cada pessoa tem sua prioridade, e o que eu vejo nas pessoas da minha geração e das que vieram depois é uma vontade louca de viajar, sair por aí, ver o mundo, e não ter um carro melhor (ou ter um carro). Desde que somos crianças, nossa vida já vem pré-projetada: escola, faculdade, trabalho, casamento, casa, filhos. Sempre fomos direcionados a isso, e quando decidimos ir contra essas “regras da vida”, muita gente não entende, muita gente questiona, muita gente reprova. Mas aí chega o dia em que tu ignora isso, cria coragem, compra uma passagem, reserva uns hostels, põe tua mochila nas costas e sai por aí, e esse dia meus amigos, muda a tua vida pra sempre.

Eu mudei muito por causa disso. Não fiquei melhor, nem pior, mas mudei. Minha cabeça mudou, virou.

Vi culturas e pessoas muito diferentes da minha realidade, tive que viajar pro outro lado do mundo pra perceber o quão pequeno eu sou, como o mundo é grande, como temos coisas pra ver e pra viver, e, principalmente, como a maioria dos nossos problemas não significa absolutamente nada dentro desse mundão aí.

Uma das principais mudanças que eu passei depois de ver culturas tão absurdamente diferentes da minha, foi a de dar mais importância pra nossa própria, afinal, ela é a nossa identidade, nós crescemos e vivemos dentro dela, e muitas vezes não damos a menor importância. Grande erro. Ainda mais agora, que vivemos tempos em que a cultura de rua voltou a aparecer, como as intervenções em áreas públicas, feirinhas, shows ao ar livre, piqueniques noturnos e por aí afora, tudo isso faz parte da nossa cultura e merece ser vivido.

Enfim, pretendo escrever sobre tudo e qualquer coisa aqui, mas acho que vou começar contando um pouco dessas viagens (que, infelizmente, ainda são poucas, mas pretendo dar um jeito nisso), espero que consiga trazer um pouco do que eu vi pra essas páginas 🙂

Mas não me levem a sério, afinal, essas são apenas as palavras de um gordo 😀

ps: cuidado, viajar vicia!

beijo do gordo.