Viajar é preciso

Quando se tem muitos pensamentos, é bom colocar pra fora.
E com essa frase levemente baseada na dita por Alvo Percival, começo esse blog.

Primeiro tema: Viajar é preciso.

Quem disse essa frase não poderia estar mais certo.

Não existe maior certeza na vida de que uma viagem feita com a cabeça e o coração, muda uma pessoa.

Viajar é sair da tua zona de conforto. É ir além. Quer saber quem tu é? Sai. Viaja. Vai ver o mundo. Vai ver como são as outras pessoas. Eu li por aí que um mês de estrada vale mais que 10 anos de introspecção. Pura verdade.

O grande problema, aquilo que impede a maioria das pessoas, é o medo e o planejamento. Mas e se eu não conseguir me comunicar? Eu não conheço nada de lá, como eu vou me virar? E se acontecer alguma coisa? Qual o melhor percurso? Nos próximos dois anos farei um roteiro detalhado e…! Cara! Define pra onde tu quer ir, junta uma grana, compra uma passagem, parcela em milhões de vezes e vai! Quem planeja muito não viaja!

Óbvio que um planejamento é necessário, até pela questão financeira, pesquisar os lugares, meios mais baratos de locomoção e acomodação, isso impede que a pessoa saia gastando loucamente por aí, o que – no meu caso – deve ser evitado a toda forma (já que eu não tenho essa grana pra gastar. HÁ!)

Conversando com amigos e afins, nota-se fortemente como a ideia de uma viagem muda de uma geração pra outra. Pra uma geração mais velha (oi, mãe!), viajar significa “férias do trabalho”, ou seja, primeiro a pessoa tem que se preocupar com a “vida real”, trabalhar, fazer dinheiro, trocar de carro, casar, ter filhos, uma casa, fazer um bolo, e, quando tiver um tempinho – depois daqueles doze meses de trabalho – fazer uma viagem (partiu Floripa!).

Eu não to dizendo que pensar nisso seja errado, claro que não, mas tudo tem seu tempo e cada pessoa tem sua prioridade, e o que eu vejo nas pessoas da minha geração e das que vieram depois é uma vontade louca de viajar, sair por aí, ver o mundo, e não ter um carro melhor (ou ter um carro). Desde que somos crianças, nossa vida já vem pré-projetada: escola, faculdade, trabalho, casamento, casa, filhos. Sempre fomos direcionados a isso, e quando decidimos ir contra essas “regras da vida”, muita gente não entende, muita gente questiona, muita gente reprova. Mas aí chega o dia em que tu ignora isso, cria coragem, compra uma passagem, reserva uns hostels, põe tua mochila nas costas e sai por aí, e esse dia meus amigos, muda a tua vida pra sempre.

Eu mudei muito por causa disso. Não fiquei melhor, nem pior, mas mudei. Minha cabeça mudou, virou.

Vi culturas e pessoas muito diferentes da minha realidade, tive que viajar pro outro lado do mundo pra perceber o quão pequeno eu sou, como o mundo é grande, como temos coisas pra ver e pra viver, e, principalmente, como a maioria dos nossos problemas não significa absolutamente nada dentro desse mundão aí.

Uma das principais mudanças que eu passei depois de ver culturas tão absurdamente diferentes da minha, foi a de dar mais importância pra nossa própria, afinal, ela é a nossa identidade, nós crescemos e vivemos dentro dela, e muitas vezes não damos a menor importância. Grande erro. Ainda mais agora, que vivemos tempos em que a cultura de rua voltou a aparecer, como as intervenções em áreas públicas, feirinhas, shows ao ar livre, piqueniques noturnos e por aí afora, tudo isso faz parte da nossa cultura e merece ser vivido.

Enfim, pretendo escrever sobre tudo e qualquer coisa aqui, mas acho que vou começar contando um pouco dessas viagens (que, infelizmente, ainda são poucas, mas pretendo dar um jeito nisso), espero que consiga trazer um pouco do que eu vi pra essas páginas 🙂

Mas não me levem a sério, afinal, essas são apenas as palavras de um gordo 😀

ps: cuidado, viajar vicia!

beijo do gordo.

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